Há coisas boas na vida, coisas essas que não cansam, coisas que se alteram, mas que se mantêm intactas, coisas agradáveis que nos transformam, passando assim a fazer parte de nós...
Há coisas que não se explicam... basta senti-las, não havendo a necessidade de ir em busca de uma explicação, era fácil de a encontrar, e quem sabe se não tornaria, aos olhos de alguns, coisas banais...
Mas nem tudo o que se explica é banal, e o que nos toca a alma, pode ser tão simples, que passa em frente aos olhos de todos nós, mas nem todos veem ou sentem...
Há coisas que crescem em nós, e que as guardamos em "panos de veludo", na esperança de as preservarmos inalteráveis, talvez com o receio de as perder ou esquecer, ou então deixar de as sentir como desejamos...
Na verdade tudo se transforma, mas tudo tem um princípio comum, e é no terno saborear dessas coisas, que o seu significado se irá apurar...
E podemos então, depois de consciencializar este sabor, fechar os olhos... é como que se esse fechar de olhos, se transforme no abrir de olhos para o nosso interior, onde se distingue tudo o que sentimos, onde reconhecemos a voz da nossa alma, como uma luz que nos ilumina...
E um gesto tão simples nasce de seguida, o sorriso dos nossos lábios, como que este, simbolize um exímio tradutor de braille, e num suave toque, ganhamos a sensibilidade de decifrar todos os sentimentos que nos invadem...
E é na união destes dois pequenos gestos, que conseguimos sentir aquele calor interior, como que, de um abraço se tratasse, e que é tão intenso, que não cabe em nós, e desliza então num suspiro, acompanhando a rota da brisa, na direção de outro alguém...
Alguém que reconheça as coisas boas da vida, e que não as questione... Apenas sinta.